Na primeira metade do século 18, um pequeno bairro da antiga Vila de Jundiaí tornou-se passagem obrigatória para os sertanistas que seguiam até as minas de ouro no interior do País. Área próxima a uma mata densa e fechada, o lugar ficou conhecido como Campinas de Mato Grosso, quando o bandeirante Fernão de Camargo promoveu ali a instalação de um ponto de parada de tropeiros. Não demorou muito para atrair comerciantes e moradores até que, em 14 de julho de 1774, ganhou sua primeira igreja e tornou-se oficialmente um povoado. 

De lá para cá, a vila cresceu, virou cidade, ganhou fábricas, rodovias e uma grande estrutura urbana, deixando para trás seus dias rurais e transformando-se no maior polo tecnológico da América Latina. Não à toa, foi apelidada de Princesa do Oeste. Seu nome, aliás, ficou mais enxuto, passando para apenas Campinas. Com pouco mais de 1,2 milhão de habitantes, a cidade é a terceira mais populosa de São Paulo e uma das maiores do País. Para a companhia Aéra Azul, por exemplo ela é ainda mais importante por abrigar o Aeroporto Internacional de Viracopos, principal hub da companhia. Selecionamos programas, passeios e lugares imperdíveis para quem quer conhecer essa encantadora metrópole.

Torre do Castelo

Um dos principais cartões-postais de Campinas, a Torre do Castelo nasceu para ser apenas uma caixa-d’água que ajudaria no processo de urbanização do lugar. Em pouco tempo, no entanto, o imenso obelisco, projetado no estilo art déco, chamou a  atenção dos visitantes e moradores da cidade e se transformou em atração do lugar. O sucesso foi tão grande que, em 1970, a construção de 27 metros de altura ganhou um mirante, de onde é possível ter uma visão de 360 graus da metrópole. Em condições climáticas favoráveis, dá para enxergar até a Serra do Japi, a 40 quilômetros de distância. Ao longo dos anos, o prédio passou por reformas e restaurações e hoje abriga também o Museu Histórico da Sanasa, empresa de água e esgoto de Campinas.

Catedral Metropolitana

Foram necessários 76 anos para concluir a obra deste templo religioso, inaugurado em dezembro de 1883. Com impressionantes 4 mil m² de área, a catedral é a maior edificação do mundo erguida com a técnica de taipa de pilão, colunas de terra prensada comuns no século 19. O altar principal, dedicado a Nossa Senhora da Conceição, levou nove anos para ser lapidado em cedro vermelho pelo artista baiano Vitoriano dos Anjos, cujo trabalho, rico em detalhes, é um importante exemplar do estilo barroco brasileiro. Vitoriano assina também o interior da construção, ao lado de Bernardino Sena, concebendo os detalhes e enfeites que recobrem as paredes e partes como o oratório e o púlpito. A parte interna guarda ainda preciosidades como um órgão centenário, igual ao que existe na Catedral de Notre-Dame, na França, lustres, vitrais e um campanário com seis sinos.

Mercado Municipal

Inaugurado em 1908 pelo então prefeito Orosimbo Maia, o mercado ocupa um prédio projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo em estilo mourisco, com detalhes que remetem à cultura islâmica, a exemplo da porta principal e das janelas em arco. O mais antigo centro de compras de Campinas possui 143 boxes, sendo 98 no prédio central e 45 bancas externas, que comercializam desde frutas e verduras até artigos religiosos e produtos para casa. Nas lanchonetes e barraquinhas de comida é possível tomar um chope, saborear um pastel ou experimentar salgados, como croquetes e bolinhos de bacalhau. 

Lagoa do Taquaral

Na década de 1970, a Prefeitura de Campinas decidiu comprar as terras que ficavam na Fazenda Taquaral, pertencentes à família Alves de Lima, e transformar em uma área de lazer a céu aberto. Assim, em 1972, inaugura o Complexo Taquaral, que reúne uma grande variedade de espaços recreativos e culturais, entre eles a Lagoa Isaura Telles Alves de Lima, conhecida como a Lagoa do Taquaral. Ali é possível passear de pedalinhos e assistir ao show de águas “dançantes” nos finais de semana, além de garantir uma selfie em frente à Caravela Anunciação. Trata-se de uma réplica da nau que trouxe Pedro Alvares Cabral às terras Brasileiras, com 29,6 m de comprimento e 8,6 m de altura e seis velas de tecido com a cruz da Ordem de Cristo no centro. Na extensa área verde ficam também construções famosas, como a Concha Acústica, o Auditório Beethoven, o Planetário e o relógio solar. 

Royal Palm Plaza

Poucos empreendimentos hoteleiros representam tão bem Campinas como esse resort, que se transformou ao longos dos anos. Inaugurado em 1974 e batizado como Holiday Inn Campinas, o hotel quase fechou suas portas quando seus antigos proprietários decidiram se desfazer do negócio. Foi comprado em 1997 pelo Grupo Arcel, passou por reformas e ampliações e não parou mais de crescer. Hoje, 25 anos depois, além das 430 espaçosas e luxuosas suítes, o resort tem uma enorme área de lazer com sete piscinas, anfiteatro, quadras de tênis e de futebol, além de espaço para eventos. 

Aeroporto de Viracopos

Em 1946, o então prefeito de Campinas, Castro Tibiriçá, pousou sua aeronave em uma pista rudimentar montada no bairro Viracopos. O local do pouso não foi aleatório. Tibiriçá já havia desapropriado terras na região e montado a infraestrutura para a construção de um aeroporto, que seria inaugurado anos mais tarde, em 1980. Nesses mais de 60 anos de história, o lugar ganhou grandes pistas de pouso e modernos terminais e, desde 2008, quando a Azul iniciou suas operações, é o principal hub da companhia. Em 2021, o aeroporto atingiu a marca de 10 milhões de passageiros embarcados ou desembarcados, fazendo dele um dos três mais movimentados do País. No ano passado Viracopos também foi eleito o melhor aeroporto do Brasil, segundo  pesquisa realizada pela Secretaria de Aviação Civil. 

Alma Jazz Club

Inspirado nas casas de jazz de Nova Orleans, nos Estados Unidos, o Alma Jazz é uma curiosa mistura de casa musical e albergue. Em um ambiente, o público assiste a shows e apresentações enquanto saboreia pratos da culinária crioula, com raízes europeias, africanas e nativas americanas. Em outro, um pequeno hostel hospeda até 18 pessoas. Ideal para quem vem de cidades próximas, quer saborear os drinques e bebidas do bar e não pode voltar para casa dirigindo.